sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Capítulo 6

A cor das paredes estava mais escura, o revestimento de papel manchou por causa da umidade. O silêncio continuava o mesmo. Monstrela escutou as batidas do próprio coração. Às vezes achava que teria um derrame - sentia as pulsações dilatarem os olhos. Se tivesse sorte, talvez.

Sentada na beira da cama, deixou que a cabeça pesasse para frente. Há tempos não se enfurecia. Mastigou o pacote de bolachas inteiro, sem se importar em encher o lençol de migalhas. Não lhe agradava em nada ter que dividir o espaço com aqueles farelos inoportunos. Ainda assim, não se comoveu o suficiente para removê-los. "Que fiquem".

Está grogue, com o cérebro já meio amortecido. Pensou em um rosto muito magro e carente. Imaginou as rugas, o bigode, os lábios finos e a pele amarelada. Quis que os cabelos fossem grisalhos, curtos e ralos. Tentou dar um nome à imagem, já que era tarde e perto da hora de morrer. Mas o corpo não se mexe. As palmas das mãos continuam abraçadas e a maquiagem escorre pelo rosto.

Monstrela já não tem mais esperanças.

11 comentários:

  1. Brrrrr!
    Fiquei com medo. Esse tipo de história sempre me dá idéias ruins sobre o resto do dia. Para que continuar? Para que sorrir quando encontramos as pessoas? Por que continuar a usar chapéu dessa cor?

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  2. Eu tenho a impressão que os textos antigos fazem mais sentido agora. A dona Monstrela é louca? Ou ela é morta, que nem aquela mulher do filme Os Outros? Eu queria uma camiseta da Monstrela.

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  3. Achei que fossem contos de horror antes. Mas agora tenho certeza que são, rs.
    O novo capítulo é bem diferente do primeiro. Acho que o texto está evoluindo.
    Muito bom, Pri. Um beijo com saudades.
    Vamos marcar um café?

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  4. Fiquei com vontade de ver um filme do Luciano Coelho depois de ler seus textos. Já pensou em escrever para o Cinema Paranaense?

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  5. Não gosto desse tipo de história.

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  6. Ésquilo: se você gosta ou não é problema seu.
    Eu adoro a Monstrela.
    Precisa ter sensibilidade pra entender.

    Amiga, eu concordo com o Lucas. A história está evoluindo. Continue!!!
    Beijos.

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  7. Também senti essa diferença nas histórias. Para mim, aos poucos, o texto vai ganhando sentido. Achei muito boa a sacada.
    Todas as Monstrelas são as mesmas ou são todas diferentes?
    O que mais tem por vir? Quero conhecer outros caminhos de Monstrela! =)

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  8. Olá! Fico feliz em ver que pelo menos o texto criou algumas dúvidas! hehehe
    Ésquilo, não há muito que eu possa fazer por você, quem sabe vc gosta das próximas. Continue tentando! Você chega lá =P

    Lucas, querido, marcaremos o café para esta semana ainda!!
    Val, obrigada pela visita. =*
    Leo, eu não tenho certeza... mas acho que são todas uma só (embora eu mesma goste de usar o plural para me referir a elas). O que está por vir não posso revelar, mas aos poucos vc vai descobrir. Rá!!!
    Evilene, ainda descobriremos o que ela é!! Também quero uma camiseta da Monstrela! Será o máximo! uhuuuuuuuuuuuuu!
    Gestovaldo, é... também achei a Monstrela estava precisando de um quintal e uma enchada pra carpir... what can i say? eu sou só um instrumento!! Eles usam o meu corpo para escrever...
    (Não, não sou um lápis gigante...)
    Vardinei: RÁÁÁÁA!
    =P



    Beijocas.

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  9. Ah, esqueci!! Getinelso... Sucupira? Hm... eu tenho uma piada com jacaré, serve?
    =) bjos.

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  10. Ei, cadê a Monstrela?? Os fãs estãos órfãos da Monstrella! Queremos mais!

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