sábado, 10 de janeiro de 2009

Capítulo 1

Naquela tarde, as árvores estavam tão geladas que pareciam grandes picolés com asas. Monstrela gemeu com o calafrio que lhe tomou a espinha. Ao abrir a porta da sala, percebeu que todas as tesouras de sua mãe estavam jogadas pelo chão.O gato da meia-noite não miou, mas as velas dispostas em pares pelos degraus da escadaria, que outrora levava para o andar subterrâneo da casa, ainda estavam acesas.
Será que Monstrela havia se esquecido da touca pendurada na torneira da pia? Como haveria de lembrar, já que há sete anos não entra no banheiro?
Suas pernas estão cansadas. Deseja profundamente sentar-se na almofada grande e peluda que está jogada ao lado do batente da porta. Dá inicio à caminhada em direção ao monte bisonho, mas interrompe a jornada quando percebe que mesclas de cabelos ruivos entopem as frestas da janela. Um assobio úmido adentra violentamente o ambiente, num só golpe.
Monstrela já não tem mais esperanças.

Um comentário:

  1. Meu deus!!!!!!! É uma profecia do Nostradamus!!!
    Fabuloso! Você é o máximo. Adorei!! hihihihi

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